domingo, 8 de agosto de 2010

A saga do transporte coletivo - Jeitinho brasileiro e folgado de ser


Esta é a primeira de três histórias que todos os usuários de transporte coletivo já devem ter vivenciado, com, pelo menos, alguma semelhança.

Nos calorosos debates acadêmicos sempre se discute as raízes do povo brasileiro. As influências e heranças foram diversas, positivas e negativas, e até hoje estas influências permeiam nossas vidas e culturas. Mas parece que em determinadas situações o "jeitinho brasileiro e folgado de ser" sempre é superior à outras boas características. E quem utiliza o transporte coletivo diariamente sabe disso. Ontem fui ao chá de casa nova de uma amiga que mora na Palhoça (Percurso: Rio Vermelho>Palhoça). Combinei de encontrar outras amigas no centro de Florianópolis às 09h. Levantei cedinho, tomei um café da manhã com sucrilhos e fui para o ponto esperar o Red river. Cheguei no TICAN com uma certa folga, pra não ter que me enfiar num ônibus lotado. Jà havia uma fila grandinha e eu logo percebi que pra ir sentada teria que esperar pelo segundo busão; e isso não seria um problema já que havia somente um intervalinho de 8 minutos entre cada linha.

Mas parece que algumas pessoas estão sempre muito apressadas e sempre tentando levar alguma vantagem em qualquer acontecimento de suas medíocres vidas. Umas três gurias bem jovens furaram a fila na maior cara de pau. E a moça atrás de mim já gritou: "Se eu não conseguir sentar vou bater na cara delas". Ohhh god, todo dia tem um barraco, uma briga, já vi duas meninas que brigaram a ponto de puxarem os cabelos uma da outra. E sempre tem o típico brasileiro espertinho furão de fila. Always.

Mas tá, consegui entrar e sentar tranquilamente. E pra sorte das furonas, a menina que estava atrás de mim também. Depois disso entraram mais algumas milhares de pessoas (que não quiseram esperar mais 8 minutos para irem sentadas) que ficaram enlatadas dentro daquele pequeno espaço. Quando o ônibus já estava saíndo, para minha surpresa, entra um jovem casal com um bebê no colo, e pararam ao lado do banco que eu estava sentada. PUTA MERDA, pensei. Por que diabos eles não esperaram mais 8 minutinhos??? Eu, que já havia esperado, teria que levantar e oferecer meu lugar; a criança não tinha culpa pela falta de bom senso dos seus pais.

O direito deles seria entrar pela porta da frente do ônibus e ocupar o lugar reservado para pais com crianças de colo. Mas, ainda assim, neste caso específico, que eles estavam dentro do terminal de ônibus (e não em algum ponto no meio do percurso), sabendo que depois de 8 minutos já haveria outro ônibus, podiam ter esperado, né?! Claro que eu sei de todos os problemas do serviço oferecido (e tem muuuita coisa errada, mas que não citarei neste post), mas também não dá pra ignorar o problema gerado pelas pessoas que estão sempre querendo levar vantagem em tudo.

Voltando ao "puta merda", quando eu estava levantando pra oferecer meu lugar, o menino que estava no banco da frente foi mais rápido e cedeu o lugar dele. Ufa...pra mim. Mas fiquei com pena do menino que também já havia esperado 2 ônibus. O jovem casal, que não esperou nem 1 minuto, não demonstrou nenhum receio ou constrangimento com a situação; sabem com é, pimenta nos olhos dos outros é refresco.

4 comentários:

  1. Que coisa né Milene! As vezes fico de cara por não "gostar" de dirigir, porque ter que passar por estas situações todo o dia é dose....

    BJ

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  2. Passo por coisas parecidas todos os dias. O povo tem pressa, não quer saber. O povo pouco tem educação e paciência.
    Preferia ir a pé, mas...

    Um beijo, boa semana pra ti! =D

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  3. o nome técnico do tipo tão brasileiro a que te referes é "gerson", sempre tentando levar vantagem, e ainda por cima rindo da sua cara quando exercitas tua ética.

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  4. putz, e depois de quase ir em pé, tomasse um chá de espera das tuas amigas sem noção... :(

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